O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que, apesar de ainda haver resistências ao etanol e ao biodiesel, o mundo acabará se curvando aos biocombustíveis.
O presidente reconheceu, porém, que não será fácil as pessoas admitirem que o consumo de biocombustíveis é mais vantajoso do que o uso de gasolina e diesel.
"Acho que o mundo vai se curvar ao biocombustível. É apenas uma questão de tempo", declarou Lula em seu programa semanal de rádio, "Café com o Presidente".
"Há quase uma unanimidade de que nós precisamos apostar definitivamente numa nova matriz energética."
Citando os debates realizados na semana passada durante a Conferência Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, Lula disse que os milhões de carros flex já produzidos no Brasil comprovam que já existe tecnologia "aprovada e comprovada" para que os motores funcionem bem a álcool. O presidente afirmou ainda que a queda da cotação das commodities mostrou que a produção de biocombustíveis não afeta os preços dos alimentos.
"O que não se disse na época é que o aumento dos alimentos era porque tinha uma especulação no mercado futuro de alimentos e aí a gente estava pagando, na verdade, o preço da especulação e não o preço real dos alimentos", destacou.
O presidente argumentou ainda que a produção de biocombustíveis gera empregos, recupera terras e tem mais produtividade do que outras oleaginosas. Seu consumo, acrescentou, polui menos. "Nós estamos certos que venceremos esse debate", afirmou.
Por fim, Lula voltou a dizer que o Brasil faz um esforço internacional para que outros países produzam biocombustíveis. Uma das bandeiras do governo Lula é a transformação do etanol em uma commodity internacional.
Fernando Exman